sexta-feira, novembro 02, 2007

Publicidade a medicamentos

Um relatório francês veio pôr na ordem do dia as visitas dos delegados de informação médica (DIMs) e a prescrição de medicamentos.
Segundo este relatório da Inspecção Geral dos Assuntos Sociais de França (IGAS), recomenda-se aos poderes políticos a redução dos investimentos que os laboratórios disponibilizam para a publicidade dos medicamentos. Mais ainda, uma série de relatórios que se acumulam há já alguns anos referem existir uma "inadaptação entre a visita dos DIMs e o uso racional do medicamento". Embora em França as regras sejam muito mais apertadas (por exemplo, este artigo do Le Monde diz que oferecer uma pen USB a um médico é quase um delito), estas perecem não produzir qualquer efeito.



Nós por cá, as coisas são então muito diferentes: desde o mais básico merchandising (canetas, blocos de notas, pen's USB, ratos para pc, tapetes para ratos de pc...), aos congressos no estrangeiro ou formações avançadas no nosso país com uma "grande" componente social.
E ouvem-se histórias engraçadas entre os pares! Um DIM confidenciava há dias que uma viagem de barco não foi um incluída num programa de uma formação porque não havia meio de a justificar nas contas da empresa. Outra pessoa conficenciava também que há uns anos atrás quando se fazia anos havia sempre muitas prendas dos laboratórios, mas agora isso já ia acabando...

Bom, eu confesso que já comecei a entrar nesses esquemas: às vezes sabe muito bem passar um fim de semana num sítio agradável (acompanhado ou não), e então canetas e blocos de papel nem se fala! Resta saber como se deve agir: aproveitar tudo ao máximo mas ao mesmo tempo manter uma espécie de distanciamento do género "eu é que decido se vendo ou não, se prescrevo ou não"? Contudo, tal como este relatório refere, todos estes custos reflectem-se no preço do medicamento, ou seja, todos pagamos no final.

Para acabar, o relatório apresenta como medidas a criação de um observatório da prescrição (de forma a avaliar tendências de prescrição) e a criação de uma rede de "médicos sentinela", que emitiriam um parecer sobre cada visita efectuada pelos DIMs.

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