quarta-feira, maio 18, 2011

Saudades de ser estagiário

Parece que as coisas começam a mudar: seja porque motivos forem, a Lusa refere que foram assinados protocolos entre a Apifarma e a OF para que comecem a ser feitos estágios curriculares na indústria farmacêutica!
Finalmente os estágios curriculares não ficam limitados à farmácia comunitária e hospitalar. Já só faltam os estágios em análises clínicas!

segunda-feira, maio 16, 2011

Descanso

Parece que hoje uma notícia do jornal público veio dizer que as pessoas que tomam produtos naturais comprados em dietéticas e ervanárias podem ficar descansadas, que a entrada em vigor da directiva 2004/24/CE não se aplica em Portugal. Isto pelos vistos garante o Infarmed, visto que a maioria destes produtos está notificado em Portugal como suplementos alimentares!

Será mesmo que devo ficar descansado?

sexta-feira, março 04, 2011

Ora vamos lá tirar as teias de aranha do estaminé!

O post do colega e amigo riacrdoo foi um incentivo que eu há muito *esperava*. Confesso que embora tenha continuado mais ou menos activa nisto dos blogs, não continuei activa com este estaminé. Este pontapé de (re-)arranque, foi um bom pretexto para cá voltar e deixar uma nota ou outra.

Certamente que se seguirão uns "facelifts" ao nosso cantinho, mas por enquanto queria só deixar uma nota mais farmacêutica neste blog, que afinal de contas, sempre teve o objectivo de deixar um contributo farmacêutico no panorama blogoesférico (blogger ou não) português.

O que se passa por estas paragens britânicas em termos de indústria R&D (sim, aquela a que eu aspiro/aspirava eventualmente fazer parte...) é triste. Um panorama de fecho de sites das big pharma.
No ano passado, por esta altura, a AstraZeneca anunciou o fecho do centro de investigação de Loughborough, que fica a sul de Nottingham. Ainda está em processo de fecho até ao final de este ano, e creio que muitas pessoas já sairam de lá ou para outros empregos noutras companhias, ou empregos similares dentro da AZ, num dos outros centros de investigação (Macclesfield ou Alderly Park).

Já este ano, em princípios de Fevereiro, a Pfizer anunciou o fecho do centro de R&D em Sandwich, Kent. Dizem as notícias que este centro era o maior a nível Europeu entre as big pharma e o único da Pfizer para a Europa.

Só nestes dois centros, estamos a falar de mais de 4000 funcionários (na maioria, cientistas especializados), a serem despedidos ou re-colocados noutras funções dentro da mesma empresa. Quanto à última opção, este processo normalmente inclui mudança não só de emprego mas também em termos geográficos, coisa que muitas vezes é impeditiva pois são muitos os funcionários com famílias, já a viver à muitos anos na mesma região. Logo, a maioria até prefere investir em procurar emprego na mesma região onde vive, do que se sujeitar à re-colocação. De mencionar que os esquemas de lay-off incluem planos de indemnização pré-negociados...

O que eu sei é que tenho muitos colegas já doutorados e outros prestes a defender a tese, a roer as unhas de preocupação e perguntando-se a si próprios "para onde vou a seguir ao doutoramento?".

Pelo lado académico, o David Cameron e o Nick Clegg deixaram a mensagem bem clara, através do sr. George Osborne: UK CUTS. Não há nada que escape. Incluíndo o UK Film Council (sim, isto é do ramo das artes, mas é mesmo para que vejam que isto dos cuts toca a todos!). Dinheiro para pagar investigação científica académica também diminui (cerca de 10%, dizem eles)...


Além disto, já comecei a ouvir colegas do meu ano ou até de anos posteriores a afirmar a sua solução para uma eventual dificuldade em arranjar emprego na área científica: "ah, volto para a farmácia. Uma vida simples, estável e sem grandes preocupações". Será assim?

quinta-feira, março 03, 2011

Boas ideias

Bom, parece que este blog anda cheio de teias de aranha, há tanto tempo que nada por aqui se passa...

A ver se conseguimos retomar isto e por ordem na casa!

Primeiro que tudo, uma das melhores ideias que já vi no mundo farmacêutico, pela originalidade do produto e por nos relembrar que as plantas ainda têm muito que nos ensinar.















Qutenza - capsaícina 8%

Este penso transdérmico de capsaícina a 8% (tenham em atenção o acento que recai na antepenúltima sílaba, capsaícina) contém nada mais nada menos que a principal substância química que é resposável pelo "picante" dos chilis! Está indicado no tratamento das neuropatias periféricas não diabéticas, e recomenda-se uma aplicação de 3 em 3 meses (nos casos em que a dor persistir ou reaparecer).
Funciona por activação dos receptores nociceptivos e promovendo a sua "dessensibilização" para novos estímulos durante algumas semanas.

Simples e bonito!

quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Ainda continua

Infelizmente é um lado da sociedade e das notícias farmacêuticas que raramente se discute. Claro que chama a atenção dos media, mas não há discussão séria do que se passa.
Vai fazer um ano que a farmácia onde estive foi assaltada à mão armada, para nunca mais se saber do destino dos assaltantes (muito menos do dinheiro roubado).
É incrível que ainda continue. Muito provavelmente a tendência será para continuar, se a crise se intensificar.

Cómico...

Nesta notícia, lê-se

"A APIFARMA celebrou ontem, num jantar no Pavilhão de Portugal, em Lisboa, o seu 70º aniversário. O ambiente era de festa, mas João Almeida Lopes não esqueceu o momento difícil que a Indústria atravessa no seu discurso."

Mas a Indústria atravessa um momento difícil no seu discurso?

Sim, já sei, estou a ser mais papista que o Papa, mas tenham dó e escrevam frases de jeito!...

(e o título é completamente parvo, a palavra "crise" agora é motivo para os títulos mais ridículos!! festa em tempo de crise uuuh)

quinta-feira, novembro 27, 2008

Corre mal, mas muito mal!

Algo vai muito mal com a OF.

A ler aqui.

E aqui.

Como é que se deixa chegar uma OF a este ponto?

Qual é o nosso "poder" enquanto membros para mudar a presente situação?

domingo, novembro 02, 2008

Mitos farmacêuticos

Volta e meia no meu local de trabalho questionamo-nos sobre pequenas dúvidas farmacêuticas que nos surgem ao longo dos dias. Nesta última semana descobrimos mais um mito de farmácia.

Alguns dos nossos colegas já se indagaram sobre a diferença entre a lactulose e o lactitol, ambos laxantes osmóticos, o primeiro muito mais usado que o segundo quer a nível hospitalar quer a nível de ambulatório. A razão para escolher entre um ou outro foi nos há muito ensinada: lactitol apenas para diabéticos, já que a lactulose poderia levar a um aumento da glicemia. Mas já agora, como é que a lactulose aumenta a glicemia?

Primeiro que tudo: quer a lactulose quer o lactitol são ambos açucares sintéticos. A sua acção laxante baseia-se na capacidade de atravessarem intactos o intestino delgado e apenas serem degradados no cólon por bactérias comensais. A degradação destes açucares leva à formação de ácidos orgânicos que provocam um aumento de água no lúmen do cólon, e consequentemente ao aumento do volume das fezes.
Realmente, a degradação da lactulose nestas condições pode levar à libertação de galactose e frutose. Porém, a quantidade libertada e absorvida no cólon será sempre pequena, visto que a maior parte será degradada pelas bactérias.

Lendo os RCMs destes dois fármacos, verificamos que nem a lactulose refere ser imprópria para diabéticos, nem que o lactitol é próprio para diabéticos. Refere-se apenas que cinco saquetas de lactulose (cada saqueta possui 15mL) é equivalente a 1/4 de um pão, e que o lactitol é útil para doentes intolerantes à lactose. Ora, a maioria dos doentes faz 3 ou menos saquetas de lactulose por dia.

Aparentemente pelas nossas pesquisas não há qualquer razão para utilizar um ou outro fármaco em diabéticos. Fica-nos o aviso que por vezes as certezas que temos sobre alguns assuntos podem não estar muito correctas!