quarta-feira, março 12, 2008

Mea Culpa

Às vezes também é conveniente fazer um pouco de mea culpa, que os farmacêuticos também fazem os seus erros. Estas duas pequenas histórias que se passaram com dois familiares meus retratam o que também se faz de mal nas farmácias portuguesas. E que alguns utentes têm os pés bem na Terra.

1 - Há dias uma tia minha dirigiu-se a uma farmácia para comprar alguma coisa para "dormir melhor". Alguns acontecimentos familiares levaram a que uma certa instabilidade onírica se instalasse na minha tia e que melhor do que se aconselhar na farmácia do bairro.
Consequência: saiu da farmácia com uma embalagem de mexazolam.
Ora, nós que nos queixamos diariamente de ter idosos ao balcão para comprar uma caixita de lorazepam ou bromazepam, ou seja lá o que for sem receita("Agora como é que vou dormir??"; "O dinheiro que vou gastar a ir buscar a receita ao médico não compensa, comprar sem receita é mais barato e eu preciso" et cetera...), não convém dispensar sem receita a uma utente que nunca tomou/precisou.

2 - Uma outra tia minha (tantas tias...) foi há uns tempos aconselhar-se com um farmacêutico por causa de uma infecção cutânea que a filha tinha. O farmacêutico diligente apresentou-lhe logo a solução: flucloxacilina, que aquilo passaria num instante. E aqui tive de dar os parabéns pela resposta da minha tia:
"Não obrigado, eu não vou dar um antibiótico à minha filha sem o aconselhamento de um médico...".
Mais tarde acabou por ir à mesma farmácia com uma receita exactamente com flucloxacilina, sentindo-se "envergonhada" por recusar inicialmente o referido medicamento.

Mas também, quem nunca fez nada errado que atire a primeira pedra...

segunda-feira, março 10, 2008

Opinião

Uma entrevista a Francisco Batel Marques, pelo Diário de Coimbra. Via O Efervescente.

É uma opinião a espalhar.




[eu já imprimi isto para dar a conhecer aos colegas lá na farmácia]

Para que funcione

Eis um artigo longo e interessante que explora a necessidade de haver sempre avaliação e follow-up dos investimentos do dinheiro de organizações como a OMS ou UNICEF para a implementação de programas de saúde pública em países em desenvolvimento.

A conclusão é que não há avaliações suficientes para determinar o quanto o programa está a ter resultados. Além de que este tipo de seguimento permitiria que pudessem ocorrer adaptações desses programas e investimentos, para que se obtivessem melhores resultados.
A questão é que num desenrolar de custos, pouco ou nada se deixa para cobrir as despesas necessárias e inerentes a uma avaliação bem feita de qualquer programa de saúde pública implementado por organizações como as que referi acima.

O artigo encontra-se aqui. Recomendo vivamente a sua leitura. Até porque, aquilo que mais se pretende com esta longa análise é chamar a atenção para este ponto que muitas vezes se revela crítico para o sucesso dos projectos de saúde implementados em países Africanos, por exemplo.

quarta-feira, março 05, 2008

Professor da FFUL é novo Director do Laboratório de Polícia Científica da PJ

Foi com muito gosto que li esta notícia do Público de ontem.

É o professor Álvaro Lopes, que os alunos da FFUL conhecem por altura de quando a Toxicologia se torna assunto a estudar, mais ou menos pelo fim do curso (agora já nem sei em que altura é, com as alterações de Bolonha).

Como ex-aluna dele, fiquei muito contente e fez-me reflectir e lembrar-me do gosto que sempre demonstrou nas histórias que partilhava connosco. Desde as suas vivências passando pela própria matéria da disciplina em questão. Lembro-me de nos perguntar se gostávamos do CSI! Mas as suas histórias eram de facto fascinantes.

Parabéns ao professor! Uma mente de um cientista num lugar importante como este. É de louvar e de desejar muita sorte.