sexta-feira, novembro 30, 2007

Fomos contemplados!

Dá vontade de cantar a musiquinha e dizer:




Fico contente que estejamos na lista do boticário. Apesar dos nossos escassos posts; talvez não tão brilhantes como os da lista e do boticário, mas gosto de pensar que ainda têm o seu lugarzinho ao sol que brilha para a blogosfera! (especialmente a blogosfera farmacêutica!) :)

quarta-feira, novembro 21, 2007

Umas quantas recomendações de leitura

Apesar de ser uma recomendação já feita por quem efectivamente esteve presente no colóquio, reforço a passagem da informação.

A palestra foi promovida pela Secção Regional de Coimbra da Ordem dos Farmacêuticos e o Prof. Pedro Pita Barros (economista e professor da FEUNL) apresentou as suas ideias acerca da liberalização da propriedade das farmácias, na consequência do dec-lei já aprovado em Agosto passado, e discutido há pouco menos de um mês na AR. Mas como eu não assisti, não vou papaguear o que li.
Por isso recomendo vivamente os links que já expus ao longo deste post e recomendo ainda a leitura dos slides apresentados por quem falou sobre o assunto, até porque é uma exposição das diferentes visões sobre este tema [embora não seja imparcial, pois a sua conclusão dirije-se à sua opinião formada].

Ainda como adenda, e também por sugestão do boticário, recomendo a leitura, mesmo que seja na diagonal, do relatório da Universidade Católica para a Autoridade da Concorrência sobre "A situação concorrencial no sector das farmácias" em Portugal.

domingo, novembro 18, 2007

Mudam-se os tempos... mudam-se as sondagens!!

Pois é malta!

A intenção foi boa, a iniciativa até tinha pernas para andar (ou pelo menos, nos meus sonhos), mas a sondagem anterior que tinha o tema: "Sente-se informado sobre o processo de adequação da licenciatura em Ciências Farmacêuticas a Mestrado Integrado?" já deu o que tinha a dar!

Tempo para mudar de sondagem...

Ainda acerca da anterior, os resultados foram os seguintes (sem grande desenvolvimento, desde há uns meses para cá):

Muito bem (0%)
Bem (7%)
Mais ou menos (41%)
Mal (22%)
Muito mal (30%)

com um total de 27 votos.

Na minha opinião, a grande percentagem para "mais ou menos" não é aceitável. No entanto, já passou quase um ano desde que soubémos com certeza e confirmação por parte dos professores que o nosso curso na FFUL ia passar a ser um mestrado integrado, e pouco mais pudémos fazer para nos esclarecermos melhor. Nas actividades de estágio seguintes, nada se falou sobre o assunto. Não deveria ser o local mais apropriado para esclarecer dúvidas. Mas a separação inevitável associada à conclusão do estágio ainda proporcionou maior falta de informação.

Eu própria fiquei a saber um eventual "ponto negativo", chamemos-lhe assim, de ser mestre integrada, quando fui à OF saber como é que se está a processar a aceitação por parte da RPSGB de recém-licenciados como eu que querem trabalhar no UK como farmacêuticos. Digo eventual por duas razões:
a) pelo que sei, até agora não impediram ninguém de se inscrever
b) o meu caso está a demorar a descobrir porque há mais de dois meses que espero pelos certificados: de habilitações e de conclusão de curso.


Bom, de qualquer modo, mudou-se a sondagem... Para algo mais actual - a entrada no mercado de trabalho. Espero que cative a vossa atenção! Votem! :)

sexta-feira, novembro 16, 2007

O flagelo da frase "esse medicamento está em ruptura de stock"

O assunto que hoje trago para o Linezolide é um tema que traz muitas dores de cabeça a quem precisa de medicamentos, como um doente crónico, e não os há por haver ruptura de stock.

Ainda não percebi muito bem se o problema da ruptura de stock de medicamentos se prende somente com um mau cálculo por parte de quem encomenda da "casa-mãe" as quantidades a ter em Portugal, ou se estamos a falar de uma falha a nível da "casa-mãe", por exemplo, a nível de produção.

Quando falta um medicamento, existe em mim uma necessidade de perceber o que se passa com essa falta. Acho que não devo ser só eu a ter esta dúvida! :) Espero eu... Até pelo bem do utente que precisa do medicamento.

Já nem falo de faltas como a do Lorenin ®, que sinceramente até acho que a grande maioria das pessoas toma este medicamento já pela indiferença que existe em tomar esta classe de medicamentos. Falo de falhas de stock em Portugal de medicamentos que não têm muitas outras opções terapêuticas.

Outra coisa que me parece tão estranho acontecer, mas que é muito real, é o sentimento de complacência para com a maneira de resolver o assunto. Não há grande alternativa em resolver o problema, enquanto simplesmente se espera pela reposição de stock, porque muitas vezes enquanto isso, há ainda alternativas terapêuticas, como os medicamentos genéricos ou a mesma substância activa em formulações de outras marcas registadas.

Mas e quando nada disto existe? A resposta foi recentemente, no ínicio deste ano, legislada pela Deliberação 105/CA/2007. Numa das secções deste documento abre-se autonomia para que farmácias comunitárias possam colmatar esta falta com a importação directa dos medicamentos em falta, de uma farmácia de um país onde o medicamento tenha AIM aprovada (país da UE, claro está). Pode também adquirir através dos esforços de uma empresa distribuidora que tenha contactos noutros países.

É claro que fico contente que a farmácia possa ajudar mais do que podia, antes desta deliberação ser aprovada. Mas é um passar de batata-quente que se torna bastante explícito quando se interroga um laboratório representante da marca em falta.

O próprio envolvimento do Infarmed neste processo resume-se a uma eventual espreitadela aquando da próxima fiscalização. A farmácia que adquire medicamentos nesta base de "AUE-modificada", como lhe chamo, está obrigada a apresentar ao Infarmed, de 6 em 6 meses, uma listagem dos medicamentos que importou do estrangeiro, e manter a papelada exigida pela lei em ordem.

Queixo-me de duas coisas:

1) a necessidade dos laboratórios compreenderem que os medicamentos não podem faltar aos utentes que necessitam deles; mas sobretudo, que não mostrem a sua inércia quanto a este assunto, como se "enquanto há alternativas terapêuticas, nada podemos fazer!". Nem sempre é verdade, cada indivíduo tem a sua ADME, e por isso as alternativas terapêuticas até podem deixar de existir para determinado indivíduo.
Nesta situação, noto os laboratórios de mãos mais atadas do que as farmácias.

2) Em relação à última frase do ponto anterior, não acho que seja necessariamente mau que as farmácias agora tenham esta autonomia. Mas, como entidade privada, praticamente solitária em termos de movimentação no mercado de aquisição (sem ser obviamente pelos contactos do costume que são nacionais), não acham que é um passar para as farmácias uma questão que estaria obrigatoriamente mais relacionada com as indústrias (nem que seja pelo facto de estas fazerem parte de uma cadeia internacional de mercado)??
Em resposta a esta questão, acho que só prova que o multitasking do farmacêutico é aquilo com que contam quando deliberam este tipo de questões.

Por mim, fico contente, como já disse anteriormente, que haja esta liberdade de aquisição e também uma pseudo-desburocratização. Acho é triste que os responsáveis pelo problema se mantenham nos seus lugares, a admirar a celeridade dos outros que pouca experiência têm a resolver estes casos, e nada façam ou contribuam para que um utente possa ver o seu problema resolvido mais depressa.

sábado, novembro 03, 2007

Piadas Farmacêuticas (II)

Hoje vou ser mauzinho! :D

1 - Por estes dias dispensei uma caixinha de 21 comprimidos que custou mais de 5000€. Devem mesmo querer deixar-nos a rir com estes preços!

2 - Se há coisa que eu gosto mesmo de dispensar num hospital é genéricos: mesmo que a receita venha com as cruzinhas perfeitamente desenhadas e a assinatura bem legível, tudo certinho, o que houver é o que o doente leva: "Olhe, vai levar genérico!" :P

3 - Inscrevi-me na ordem no princípio do mês passado. Duas semana mais tarde recebo uma carta a dizer que tenho cerca de 25€ de quotas em atraso...

4 - Apanhámos enfermeiros a enviar por correio medicação injectável de frigorífico! LOL!
Pronto, vá lá, eu admito: aquilo até tem estabilidade de 30 dias a 25ºC, mas eu não ficaria muito descansado a ver a medicação a viajar pelo Alentejo num camião de distribuição dos CTT.

sexta-feira, novembro 02, 2007

Publicidade a medicamentos

Um relatório francês veio pôr na ordem do dia as visitas dos delegados de informação médica (DIMs) e a prescrição de medicamentos.
Segundo este relatório da Inspecção Geral dos Assuntos Sociais de França (IGAS), recomenda-se aos poderes políticos a redução dos investimentos que os laboratórios disponibilizam para a publicidade dos medicamentos. Mais ainda, uma série de relatórios que se acumulam há já alguns anos referem existir uma "inadaptação entre a visita dos DIMs e o uso racional do medicamento". Embora em França as regras sejam muito mais apertadas (por exemplo, este artigo do Le Monde diz que oferecer uma pen USB a um médico é quase um delito), estas perecem não produzir qualquer efeito.



Nós por cá, as coisas são então muito diferentes: desde o mais básico merchandising (canetas, blocos de notas, pen's USB, ratos para pc, tapetes para ratos de pc...), aos congressos no estrangeiro ou formações avançadas no nosso país com uma "grande" componente social.
E ouvem-se histórias engraçadas entre os pares! Um DIM confidenciava há dias que uma viagem de barco não foi um incluída num programa de uma formação porque não havia meio de a justificar nas contas da empresa. Outra pessoa conficenciava também que há uns anos atrás quando se fazia anos havia sempre muitas prendas dos laboratórios, mas agora isso já ia acabando...

Bom, eu confesso que já comecei a entrar nesses esquemas: às vezes sabe muito bem passar um fim de semana num sítio agradável (acompanhado ou não), e então canetas e blocos de papel nem se fala! Resta saber como se deve agir: aproveitar tudo ao máximo mas ao mesmo tempo manter uma espécie de distanciamento do género "eu é que decido se vendo ou não, se prescrevo ou não"? Contudo, tal como este relatório refere, todos estes custos reflectem-se no preço do medicamento, ou seja, todos pagamos no final.

Para acabar, o relatório apresenta como medidas a criação de um observatório da prescrição (de forma a avaliar tendências de prescrição) e a criação de uma rede de "médicos sentinela", que emitiriam um parecer sobre cada visita efectuada pelos DIMs.