terça-feira, setembro 25, 2007

Uma boa pergunta

Porque é que nas gavetas das nossas farmácias temos duas apresentações praticamente iguais (até na caixa) do mesmo medicamento - ranelato de estrôncio?

Temos o Protelos® e o Osseor® . Ambos da mesma substância activa em forma de grânulos para suspensão oral, na mesma dosagem, com uma caixa de 28 saquetas, formato e design praticamente iguais, e como não poderia deixar de ser, com o mesmo preço?

Se virmos o site do medicamento vemos que tem muitas mais apresentações. Mas não percebo porque é que temos mais de que uma da mesma coisa nas nossas prateleiras.

A resposta está no facto dos médicos prescreverem ou um ou outro a pensar que são de diferentes laboratórios? Pode ser então uma aposta do laboratório para lucrar mais, por vender a mesma coisa sob nomes diferentes!...

Será?

como dizia o tucano: "será do guaraná® ?"

8 comentários:

teardrop disse...

Também já me deparei com essa dúvida... Não consegui encontrar nenhuma explicação com um mínimo de lógica por isso desisti de pensar no assunto!

Ele há com cada coisa no mundo das farmácias...

JN disse...

Vou tentar esclarecer: Uma das marcas é distribuída em Portugal por uma empresa diferente da titular da Autorização (AIM). Como é um medicamento com aprovação centralizada, o titular é o mesmo em toda a EU-27.Trata-se de uma questão de co-comercialização (tb há co-promoção, mas não é o caso). Têm muitos mais casos na farmácia: Auggmenti, Clamoxyl, Crestor, Seretaide, Celebrex...é só procurarem outras marcas da mesma substância activa e verificarem na embalagem a menção "sob licença de ...".

Andie disse...

ok obrigado pelo esclarecimento. A possibilidade de isto ocorrer no mercado está explicada.

Então a co-comercialização somente tem em vista a maior expansão desse medicamento no mercado, apresentando-se sob diferentes nomes?

teardrop disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
JN disse...

http://en.wikipedia.org/wiki/Marketing_co-operation

Andie disse...

Os exemplos que o *artigo* fala são ideias de marcas diferentes para obter um produto final que impere pela diferença dos que existem da mesma gama (ou que seja totalmente inovador).

O que se verifica aqui com o exemplo que eu dei, é simplesmente uma co-comercialização da mesma coisa sob licença da mesma empresa (laboratoires servier), no entanto com nomes diferentes. win-win situation!

Outro exemplo que encontrei (e sim, há muitos mais), foi o do vastarel LM comercializado pelos mesmos laboratoires servier e o tacirel LM comercializado pela Jaba, sob licença da servier. Ok, temos duas coisas iguais, comercializados por empresas diferentes. win-win-win situation. :)

estou a ver que tenho de ler mais sobre marketing *farmaceutico* :)

JN disse...

São as multionacionais a darem a oportunidade às empresas locais de comercializarem medicamentos novos. E bem que precisam...

Anónimo disse...

A indústria farmacêutica é muito menos linear que se pensa, e não se limita a uma empresa produzir e promover um produto, outra distribuir e outra vender.
Outro dia quis entrar em contacto com uma delegada que visitou a equipa da farmácia a promover um conhecido medicamento.
Cartão, ninguém sabia dele. Toca de ligar ao laboratório!
"Não somos nós que comercializamos esse produto é a XPTOfarma"
Toca de ligar para a XPTOfarma.
"Blá blá, sim somos nós que produzimos, mas não somos nós que o promovemos, é a empresa RaioqueopartaFarma"

Finalmente... "Sim, a nossa delegada dessa zona é a Sofia Qualquercoisa, tome lá o contacto".

Ou seja, no circuito de produção, promoção, distribuição, venda há múltiplos intervenientes. E claro, há os médicos para aliciar. E as farmácias para convencer a aprovisionarem-se de grandes stocks.
Assim, nem mesmo que se quisesse os medicamentos seriam mais acessíveis à população.