terça-feira, fevereiro 06, 2007

Naltrexona no tratamento da Doença de Crohn

A naltrexona é uma substância que tem sido usada no tratamento da dependência do álcool e de narcóticos, aliviando os sintomas da abstinência que estas drogas causam. É também uma molécula que tem sido estudada noutras áreas, nomeadamente como supressor do apetite, e mais recentemente, num ensaio clínico, foi demonstrada a sua capacidade de alívio dos sintomas da doença de Crohn.
Os investigadores da Penn State College of Medicine descobriram que administrando aos doentes baixas doses desta substância, monitorizando os doentes por 12 semanas e avaliando a qualidade de vida dos doentes, estes apresentavam melhoria considerável dos sintomas.
Os resultados demonstraram uma melhoria dos sintomas da doença em 89% dos doentes, enquanto que 67% dos doentes mostraram remissão à doença. Este resultado positivo deve-se a doentes tratados com naltrexona e medicamentos que normalmente são escolhidos para o tratamento desta doença (esteróides imunosupressores e corticosteróides). A reacção adversa desta nova terapia foram distúrbios detectados no sono de alguns dos doentes. De qualquer maneira, as vantagens mais evidentes, se a naltrexona se tornar um medicamento de escolha para a terapia desta doença, são os bons resultados com baixo custo e efeitos secundários menos agressivos (ao contrário dos imunosupressores).
O estudo continuará a ser financiado ($500,000) para que possam avaliar cada vez melhor os resultados deste tratamento nos doentes. Além disto, e porque não se sabe qual é o mecanismo de acção desta molécula para explicar o seu efeito, uma outra equipa tem já este objectivo de estudo.


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Suposições de que, com baixas doses de naltrexona (3,5 - 4 mg / dia) em doentes com esclerose múltipla, possa haver uma melhoria dos sintomas é uma discussão já activa desde 2004. O que se acredita é que esta molécula é capaz de levar à proliferação de linfócitos, o que na EM acaba por ser uma contradição (visto que é uma doença auto-imune). De qualquer modo no Reino Unido já há médicos a prescrever este fármaco em doentes de EM, mas sem recolha de dados. Ainda não existe nenhum ensaio clínico que possa levar a uma sustentação dos efeitos positivos que a naltrexona tem na EM.


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