quarta-feira, outubro 25, 2006

Estudo da EMEA sobre AINES

Actualmente corre uma circular no infarmed acerca de um estudo que a Comissão de Medicamentos de Uso Humano da EMEA realizou para avaliar a relação risco/benefício dos medicamentos AINEs não selectivos (ex.: ibuprofeno, aspirina, piroxicam, diclofenac...).
A conclusão refere-se a três pontos fundamentais:

a) os AINEs não selectivos são fundamentais como terapêutica de escolha para atrites reumatóides e outras situações de dor.

b) estes mesmos AINEs não selectivos aumentam, embora em pouco, o risco absoluto de doenças trombóticas, especialmente quando em terapêutica que requer doses elevadas e tempo prolongado.

c) a relação risco-benefício em relação a estes medicamentos é favorável desde que o seu uso esteja de acordo com o perfil de segurança do medicamento e também com os factores de risco do doente.


Estas conclusões foram tiradas com base num estudo epidemiológico e dados clínicos de pacientes (especialmente em relação a dados de segurança cardiovascular). Isto porque surgiu a dúvida da existência de benefício do uso destes medicamentos no seu uso prolongado e em doses mais elevadas, em relação à possível ocorrência de situações tromboembólicas (como AVCs).
Como nota, deixo também a informação que ainda prossegue a avaliação da relação risco/benefício, do mesmo género, para o piroxicam. Além disto, esta comissão re-avaliou o uso dos AINEs selectivos da cox-2 (os célebres -coxibes), concluíndo que se recomenda ainda o seu uso na dose menor e eficaz, durante curtos períodos de tempo necessários para o efeito pretendido.

De qualquer maneira, apesar deste estudo e destas conclusões, os AINEs não selectivos permanecem ainda debaixo de olho desta comissão.

Como nota nº2, recomendo a leitura rápida por aqui acerca dos diferentes tipos de AINEs que existem, até porque relembra alguma farmacologia e sobretudo porque acho que está suficientemente bem explicado para só relembrar o efeit destes fármacos.

1 comentário:

riacrdoo disse...

Óptimo, vê-se que a velhinha aspirina ainda tem muito para dar!
E já agora, muito interessante o facto de aparentemente existirem sub-tipos de Cox1 e Cox2, além de outros tipos como Cox4 e Cox5. Tenho de ir cheirar, à procura disto!!