domingo, agosto 27, 2006

Inovações Medicamentosas

Li hoje no site da Ordem dos Farmacêuticos que a partir de agora a introdução de medicamentos inovadores ao nível dos hospitais tem de ser sujeita a uma avaliação fármaco-económica. O próprio ministro da saúde disse que este é um "mecanismo para lutar contra a permissividade" na utilização de medicamentos inovadores nos hospitais.
Pois eu acho muito bem que assim seja, a avaliação económica do medicamento dever ser cada vez mais considerada, não vale a pena utilizar um medicamento ultra caro para obter um benefício pouco superior aos que já existem na prática clínica. Lembram-se da aula de farmácia clínica, onde tínhamos um artigo sobre farmacoeconomia para analisar? É exactamente isto.
Estes estudo são muito úteis pois permitem a racionalização das despesas no serviço nacional de saúde, que como sabemos tem uma bela despesa relativa a medicamentos. E a indústria farmacêutica também não ajuda muito, com as suas estratégias de marketing procura sempre a inclusão dos seus medicamentos nos formulários hospitalares, visto que esta inclusão é uma mais valia para a sua utilização ao nível do ambulatório.
Cada vez mais os factores económicos influenciam as decisões ao nível da saúde, e os farmacêuticos têm de estar preparados para isso. Qualquer dia deixamos de ter o binómio risco/benefício para passar a ter trinómio risco/benefício/custo!

1 comentário:

Andie disse...

Exacto! A frase "uso racional de medicamentos" engloba isto mesmo: não é só uso a nível terapêutico, mas torna-se sobretudo uso (ou seja, escolha) racional em termos económicos.
O gasto no sistema de saúde é na sua maioria com medicamentos e depois os salários dos funcionário.
Tantas e tantas vezes que se ouviu falar deste problema nas aulas práticas de farmacoterapia... Especialmente naquelas sobre antibióticos!