sexta-feira, janeiro 11, 2008

O que se lê

Hoje li um artigo por inteiro, de um senhor de quem costumo ler o que escreve no seu blog.
Já tinha lido as primeiras linhas há uns tempos, apanhado no reader, mas fiquei-me pela frase "[...] o que mais me impressionou foi o contraste entre a repressão contra os fumadores e a tolerância passiva perante a obesidade mórbida." Um comentário seu a propósito da sociedade nos USA (aconselho a leitura do artigo!). Pareceu-me uma verdade, um contraste mesmo estatelado à vista de todos.

É óbvio que se percebe o que se discute neste artigo de sua opinião, mas quando me deparei com o último parágrafo achei-o completamente descabido.
Uma comparação entre os maus hábitos de saúde (como é o exemplo que dá de gorduras em excesso na alimentação & fumar) e o que o politicamente correcto nesta área hoje em dia obriga, não é a mesma coisa que falar sobre o genocídio praticado contra o povo judeu durante a II Guerra Mundial. O argumento "agora o alvo somos todos nós", torna este assunto de propaganda de saúde como uma perseguição malévola e que vai dar cabo de todos nós? E esse argumento é motivo de comparação? Antes foram os judeus, e agora podemos ser todos nós?! Mas os judeus foram perseguidos pelo politicamente correcto da saúde? [claro que não!...]

Se por um lado percebo perfeitamente que o seu comentário é uma crítica à hipocrisia que é o marketing em saúde, para consciencializar a sociedade a ter atitudes "mais saudáveis"; não percebo o final deste artigo.

Acho que a propaganda de melhor saúde vem na continuidade de estudos que revelam os malefícios da alimentação errática que se pratica hoje em dia, os malefícios do tabaco, do álcool, ou o impacto que noites mal dormidas podem ter no nosso organismo.
Os estudos científicos têm determinada credibilidade, é preciso lê-los e ter autocrítica suficiente para saber interpretar e perceber o que se pode implementar e adoptar como modificação do estilo de vida.




4 comentários:

riacrdoo disse...

Sim, realmente as comparações são descabidas. Comparar os fumadores aos judeus e o governo ao regime nazi é de uma vitimização exagerada!
Para além de que há uma diferença colossal: os judeus foram simplesmente eliminados, enquanto que esta legislação não andou a exterminar fumadores.
Faço a comparação ao contrário: não seriam os cafés e outros locais públicos onde se fumava livremente autênticas câmaras de gás para os não fumadores?

Anónimo disse...

Já se sabe que eu sou suspeita a falar sobre este tema...

Cada um puxa a brasa à sua sardinha.

E eu só tenho pena que tenha sido necessária uma lei destas e actuações como as que a ASAE tem, para finalmente os não fumadores não sejam obrigados a levar com o fumo alheio.

Sim, porque os fumadores não estão proibidos de fumar, simplesmente o têm de fazer em espaços abertos. (Sim, grande discriminação, sem dúvida.)

Houvesse mais respeito pelo próximo e bom senso e talvez não tivesse sido necessário passar isto para LEI (punível em caso de incumprimento). Enfim.

Andie disse...

concordo contigo Nimrod.
É triste a necessidade de recorrer a uma lei.

A proibição de fumar resume-se a situações onde o fumo se tornava incomodativo para os que não fumam, tornando o ambiente pouco saudável e sobretudo sufocante!

Mas pronto, querem que eu me esqueça das mil vezes que vi pais a fumarem ao lado e muitas vezes para cima de bebés acabadinhos de nascer! Enfim...

Anónimo disse...

A obesidade não é combatida como o fumo porque a obesidade só faz mal a quem a tem, enquanto o fumo faz mal a todos à volta.