segunda-feira, janeiro 22, 2007

Dois factos recentes!


Que a alimentação é muito importante para a nossa vida, já toda a gente sabe. Neste caso é mesmo verdade: na publicidade aos suplementos alimentares e aos alimentos funcionais (como são exemplo os iogurtes com efeitos bifidos), este facto está ao alcance de todos.
A alimentação tornou-se num objecto de marketing nas mãos da indústria farmacêutica, um nicho de mercado completamente diferente daquele dos medicamentos de uso humano.
Nesta sequência, penso eu, criou-se uma necessidade de se pensarem em mais estudos e projectos de investigação para provar que determinado nutriente em determinada quantidade faz bem a um determinado mecanismo ou a um conjunto de acções que o nosso organismo desenvolve. Ou então, estudos para provar que a alimentação "não cuidada" só nos traz malefícios e quanto mais se demonstra que os malefícios são mais profundos do que a alteração do nosso aspecto físico, mais chocante o assunto é!

Portanto, e no seguimento lógico desta pequena introdução, apresento-vos dois assuntos que demonstram exactamente o que acima vos expus.

No primeiro figura o ácido fólico. Este nutriente, presente nos vegetais verdes, foi alvo de um estudo conduzido por investigadores holandeses que demonstraram que o ácido fólico como suplemento tem benefícios na memória e na capacidade intelectual. Como sabemos, estas duas virtudes tendem a diminuir com o envelhecimento. Daí a tentativa de promoção deste nutriente nas dietas dos mais idosos, que tomem suplementos de ácido fólico para diminuir o risco de demência. Foi exactamente isto que se provou com uma dieta rica em ácido fólico - as pessoas tinham melhor memória e processavam mais facilmente a informação.
Actualmente, os suplementos de ácido fólico são vivamente aconselhados nas mulheres grávidas. No entanto, com esta descoberta e sabendo já que esta molécula é essencial para a vida celular, já existem estudos e tentativas de inserir ácido fólico na farinha que mais se consome.
O único problema duma dieta rica em ácido fólico é mesmo que este nutriente mascara uma possível anemia devido a baixos níveis de vitamina B12.

Em segundo plano fica o malefício das gorduras trans. Para além de aumentarem o risco cardiovascular e de contribuirem como risco de diabetes, este tipo de gorduras, que primam nas batatas fritas e snacks de todo o género, estão completamente desaconselhadas nas mulheres que querem engravidar. Estas mulheres inférteis (normalmente devido ao síndrome do ovário policístico) estão em risco de aumentar a sua infertilidade ao ter uma dieta que contenha gorduras parcialmente ou totalmente hidrogenadas. O que se passa é que este tipo de gordura interage com receptores celulares que normalmente são sensíveis à insulina, e estão involvidos também no processo inflamatório. Os fármacos que activam estes receptores mostraram-se eficazes no tratamento da infertilidade em mulheres com este síndrome. Há portanto um fenómeno de competição pelo mesmo local efector por parte destas gorduras "mázinhas".
Os investigadores da Harvard School of Public Health calcularam que bastam 2% de aumento de calorias que uma mulher obtém ao comer este tipo de gorduras para que o seu risco de infertilidade aumentar desde 70% a 100%!
A FDA tomou como medida a exigência para a indústria alimentar explicitar quantos gramas de gorduras trans por cada alimento, não sendo obrigatório dizer a quantidade se esta for menor que 0,5 g.

Aqui vos mostrei dois bons exemplos do que se estuda sobre alimentação e suplementos alimentares.
Conseguirá demostrar-se, mesmo assim, que uma alimentação equilibrada e saudável poderá ser o suficiente para nos mantermos sãos?

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