sexta-feira, dezembro 15, 2006

riacrdoo nosocomiado

Esta semana assisti a um simpósio sobre infecções nosocomiais Cá está um post sobre o simpósio!



Este simpósio foi bastante procurado por profissionais, não só farmacêuticos mas também enfermeiros, que se mostraram atentos às informações divulgadas.

Em primeiro lugar focou-se o papel das Comissões de Controlo de Infecções (CCI) que procedem à vigilância epidemiológica: esta vigilância pode ser passiva, quando são os profissionais não pertencentes às CCIs que notificam os casos, ou activa quando a própria CCI faz estudos de prevalência ou de incidência de infecções.

De seguida a professora Aida referiu os métodos de caracterização epidemiológica de bactérias multirresistentes, em concreto a fenotipagem (como ex. caracterização bioquímica, serotipo, sensibilidade aos antibióticos, etc.) e a genotipagem (por ex. amplificação por PCR de sequências genómicas, RFLP ou PFGE). De seguida referiu as diferentes classes de beta-lactamases existentes, focando em especial as beta-lactamases de largo espectro.

A professora Isabel Portugal falou sobre tuberculose multirresistente, referindo que esta faceta da tuberculose encontra-se num estado de sub-notificação em Portugal. Após referir que há alguns anos foi detectado num hospital de Lisboa uma situação de transmissão nosocomial de tuberculose, a caracterização epidemiológica das estirpes analisadas na fful não permitiu concluir se essa transmissão nosocomial continuava a existir ou não!

Quanto ao afamado Acinetobacter baumannii, tema abordado pela prof Gabrielada ffuc, parece que este é um problema essencialmente europeu, e em particular em Portugal (que maravilha). Parece que é um bicharoco muito resistente no meio ambiente, sobrevivendo mesmo em anbiente seco, ou seja, mantém-se durante muito tempo nos hospitais... Para melhorar ainda, o único antibiótico ao qual é sensível a estirpe que circula em Portugal (uma estirpe ibérica, segundo a prof Gabriela) é a colistina: tudo o resto não funciona com o acinetobacter!

A última parte a que assisti (é verdade, riacrdoo às vezes sai antes das coisas acabarem), foi uma magnífica experiência relatada por uma médica do hospital do SAMS. A CCI do hospital instituiu um programa de controlo da infecção por MRSA, que resultou muito bem: diminuição acentuada do número de doentes infectados com MRSA (peço desculpa, mas não registei os valores) e diminuição das resistências aos antibióticos. Isto tudo graças um bom controlo da infecção, com rastreios a todos os doentes novos que entravam no hospital, rastreios semanais aos doentes na UCI, rastreio nos profissionais, controlo rigoroso da utilização de antibióticos, descolonização dos doentes colonizados com MRSA mas não doentes, e também o isolamento dos doentes infectados!

Concluindo, foi um óptimo simpósio onde aprendi muita coisa. Principalmnte um aspecto, que já passei a alguns amigos meus: por favor, tentem não ficar internados num hospital por longos períodos de tempo! É que com as infecções que por lá andam...

3 comentários:

Notas disse...

Sempre tive uma certa empatia e até admiração por esse Acinetobacter baumannii (sim, devia estar em itálico)...

(O Natal revela os meus piores instintos... Lol)

riacrdoo disse...

Sempre é mais engraçado ser infectado pelo Acinetobacter baumannii que uma vulgar Klebsiella ou uma banalíssima E. coli. Quem é que quer disso? E o itálico podes fazer com os "html tags"!

Anónimo disse...

Eu achei que o simpósio, pelo menos a parte que assisti (manhã) correspondeu a 10% das minhas expectativas. Podia (especialmente a parte da prof Aida) ser muito melhor. Estava confusa, tal como as aulas dela. Passava da generalidade de infecções, definições e afins, para opiniões, para trabalhos científicos que de certeza nenhum dos profissionais de outras áreas mais sociais lá presentes percebia, sem grande conexão entre todo aquele discurso.