segunda-feira, maio 14, 2007

Health ketchup, yet again




Meus caros, como o clima por aqui anda meio... instável (e isto é uma palavra que sub-classifica o clima por estas bandas), decidi imprimir umas quantas notícias sobre saúde, dos últimas tempos, e debruçar-me sobre estas para fazer uma compilação do tipo (e já vosso conhecido) health ketchup.



Cá vai:

  • A primeira vacina de uso humano contra a gripe das aves (H5N1) já está aprovada para comercialização nos USA. Os National Institutes of Health apoiaram em tudo o desenvolvimento da vacina feito pelos laboratórios Sanofi-Aventis (com a sua unidade de produção de vacinas denominada Sanofi-Pasteur), sediados com uma fábrica no estado de Pennsylvania. O Departamento de Saúde e Serviços Humanos do governo americano já comprou 13 milhões de doses desta vacina, disponíveis para inocular 6.5 milhões de pessoas.
    Esta vacina está actualmente em estudos clínicos, mas aqueles feitos até hoje já comprovaram que a sua inoculação está destinada a pessoas entre os 18 e 64 anos.
    Outas empresas como a GlaxoSmithKline e a Novartis estão actualmente em desenvolvimento de novos processos e métodos de produção de novas vacinas para o mesmo vírus, utilizando adjuvantes (substâncias que em princípio aumentarão a resposta imunitária).

  • Vem muito a calhar esta notícia, pois estou no país onde mais bacon e fiambre se consome! (pelo menos, pelo que parece!) Um grupo de cientistas americanos (do Columbia University Medical Center, New York), associaram que o consumo aumentado de carnes curadas, como o bacon, salsichas e fiambre, levam ao dobro do risco de se desenvolver doenças respiratórias como a DPOC (doença pulmonar obstrutiva crónica). Segundo o chefe da equipa que orientou o estudo que envolve 7 352 pessoas com idade média de 65 anos, o seu consumo médio destas carnes de 14 vezes por mês ou ainda mais, pode levar a este aumento do risco, comparativamente com aquelas pessoas que não comem este tipo de carnes. O problema está que carnes como o bacon estão repletas de nitritos que são-lhes adicionados como conservantes, agentes anti-microbianos e também para realçar a cor da carne (tal como já sabíamos das aulinhas de bromatologia!). O excesso de nitritos pode causar alterações estruturais nos pulmões que levem a estados semelhantes ao do enfisema pulmonar. Claro que há riscos favoráveis para esta situação ocorrer: é predominante no sexo masculino, em indivíduos que fumam, e que têm baixo consumo em vegetais, fruta e vitaminas (portanto, anti-oxidantes). Uma coisa interessante é que seria de esperar que estes factores de risco pudessem influenciar altamente os resultados do estudo, mas segundo a notícia, mesmo considerando-os, as diferenças não são significativas o que implica a possibilidade deste consumo excessivo estar mesmo relacionado com a doença. No UK, a DPOC é a 6ª causa de morte mais comum, em que se calcula que 18% dos homens e 14% das mulheres entre os 40-68 anos possam já ter sintomas desta doença.

  • O Senado Americano, no passado dia 8 Maio, reprovou a lei que visava autorizar a importação de medicamentos sujeitos a prescrição médica no país, mesmo levando à necessidade de certificar-se que estariam de acordo com os standards bastante estritos deste país. A proposta de importação partiu da própria FDA, que se disponibilizaria a regular a entrada dos medicamentos de países como Canadá ou pela Europa, Japão ou Austrália. A razão para esta proposta está na diferença enorme verificada nos preços dos medicamentos de marca praticados nos USA, em relação aos mesmos vendidos noutros países do mundo. Os mesmos medicamentos na Europa podem custar até menos dois terços que na América. Isto acontece pois nos países europeus (assim como no Canadá, Japão, etc) as entidades reguladoras impõem um preço máximo para os produtos, regulando o seu preço e facilitando a acessibilidade à população. A discórdia desta alteração à lei justificou-se com base na segurança dos medicamentos. No entanto, um estudo encomendado pelo Congressional Budget Office, demonstrou que se a lei fosse aprovada, pouparia cerca de $40 mil milhões de dólares ao estado americano, em 10 anos. Obviamente e em sua defesa, a indústria farmacêutica americana alega que a autorização de entrada de medicamentos produzidos noutros países poderá levar a um aumento da contrafacção destes produtos.
Mais ketchup amanhã! :)

2 comentários:

riacrdoo disse...

Pois, contrafacção proveniente da Europa... Gostava de saber quais são os factos que sustentam esta argumentação...

Andie disse...

Já li uns quantos artigos sobre o risco de contrafacção de medicamentos nos mercados da Europa, Ásia e América do Norte. Especialmente de medicamentos tipo viagra/levitra/cialis; especialmente para medicamentos vendidos online.