segunda-feira, setembro 04, 2006

Depressões precoces

Tava eu no sábado no meio de uma festa familiar, quando abri a revista Única (que vem no Expresso). Vinha lá um artigo sobre a utilização de Prozac nas crianças, que recentemente tinha sido aprovada pela EMEA, e lá fui eu então à procura do comunicado da EMEA. Pois bem, a pedido dos nossos colegas profissionais de saúde ingleses, a EMEA reviu essa indicação terapêutica, mas com as seguintes resalvas:

1 - Somente após a terapia psicológica não ter funcionado;
2 - A dose inicial deve ser 10 mg e pode ser aumentada até 20 mg (nos adulto pode ir até aos 60mg, segundo o meu amigo Katzung!);
3 - E se ao fim de 9 semanas de tratamento não existirem benefícios clínicos, a terapêutica deve ser reavaliada.

Esta indicação é baseada em estudos efectuados em crianças e adolescentes, que revelaram resultados positivos. Porém, o CHMP ressalva que devem existir mais estudos sobre os efeitos ao nível do desenvolvimento sexual e comportamental, e também toxicidade testicular (a fluoxetina tem entre os seus efeitos adversos a disfunção sexual e a diminuição da líbido, segundo o Katzung). Estes estudos deveriam ser efectuados pelos detentores das AIMs, em relação ao Prozac a Eli Lilly. E para os profissionais de saúde, o CHMP recomenda a monitorização dos comportamentos suicidas.
Um detalhe muito engraçado no artigo da revista: falavam em seretonina e em fluxetina. Valia a pena dar umas liçõezinhas de farmacologia aos jornalistas de saúde, que volta e meia fazem erros de ortografia destes, quando o que têm que fazer é copiar!
Pois bem, as drogas do mundo contemporâneo estão a chegar também aos mais novos. Esperemos por resultados da utilização deste fármaco!!

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